Apendicite de cepo

Apendicite de cepo

Apendicite de cepo

As imagens da TC demonstraram uma estrutura tubular dilatada, com 1,4 cm de diâmetro, que se estende da base do ceco com encalhamento de gordura inflamatória associada, consistente com um remanescente apendicular inflamado (Figura 1). Os grampos residuais da apendicectomia anterior foram observados no aspecto distal do remanescente. Uma imagem sagital reformatada mostrou um coto apendicular inflamado, sem ar intraperitoneal livre ou formação de abscesso (Figura 1). A paciente foi submetida a uma apendicectomia laproscópica com remoção de um coto apendicular inflamado residual de 4 cm de comprimento. O relatório de patologia descreveu apendicite dentro do apêndice residual sem perfuração.

Uma revisão de estudos de imagem anteriores revelou uma tomografia computadorizada do abdômen e pelve realizada para estadiamento de câncer um mês antes da visita atual. Essa tomografia mostrou um coto apendicular fino no quadrante inferior direito com clipes cirúrgicos da apendicectomia prévia (Figura 2). Uma tomografia mais remota do abdômen e da pelve, realizada aproximadamente 29 meses antes, revelou apendicite com um apendicolito associado. Uma apendicectomia laparoscópica foi realizada com patologia confirmando o diagnóstico (Figura 3).

Discussão

Apendicite de cepo é uma entidade rara que ocorre como resultado da inflamação do remanescente apendicular. Pode ocorrer de 2 meses a 50 anos após laproscopia ou apendicectomia aberta.1,2 A verdadeira incidência da apendicite do coto é desconhecida; entretanto, com a recente ampla disponibilidade e utilização liberal da TC para avaliação da dor abdominal, ela está sendo reconhecida com maior freqüência. O primeiro caso documentado foi relatado em 1945 por Rose, e desde então vários casos têm sido relatados na literatura cirúrgica.3 Atualmente está sendo descrito com maior freqüência por radiologistas e médicos de emergência, sugerindo uma maior aceitação e conscientização para esta entidade. Os achados da TC incluem uma estrutura tubular dilatada e inflamada proveniente do ceco e separada do intestino delgado adjacente. O coto inflamado tem sido relatado com um comprimento que varia de 0,5 a 5,1 cm.2,4 Além disso, pode haver sinais de intervenção cirúrgica prévia com grampos residuais no final do coto ou encalhamento inflamatório no quadrante inferior direito. Complicações associadas, como ar livre ou coleta de líquidos, também podem ser detectadas pela TC.

Devido à gravidade desta doença, o reconhecimento precoce é imperativo. Os casos relatados prospectivamente podem evitar complicações graves como perfuração ou formação de abscesso.5-7 Os sintomas clínicos da apendicite do coto assemelham-se aos da apendicite aguda: náuseas, vômitos, dor abdominal, anorexia e leucocitose. Os pacientes relatam um histórico de apendicectomia que pode influenciar os médicos contra o diagnóstico de apendicite.

Conclusão

Neste caso, a TC foi utilizada para sugerir prospectivamente o diagnóstico de apendicite do coto, com a patologia confirmando o diagnóstico. Tivemos também a sorte de poder mostrar a evolução elegante do processo da doença com exames de tomografia computadorizada anteriores.

  1. Wright TE, Diaco JF. Apendicite recorrente após apendicectomia laproscópica. Int Surg. 1994;79:251-252.
  2. Mangi AA, Berger DL. Apendicite de cepo. Am Surg. 2000;66:739-741.
  3. Rose TF. Abcesso apendiceal recorrente. Med J Aust. 1945;32:652-659.
  4. Watkins BP, Kothari SN, Landercasper J. Stump appendicitis Case report and review. Surg Laparosc Endosc Percutan Tech. 2004;14:167-171.
  5. Rao PM, Sagarin MJ, McCabe CJ. Apendicite de coto diagnosticada pré-operatoriamente por tomografia computadorizada. Am J Emerg. Med. 1998;16:309-311.
  6. Thomas SE, Denning DA, Cummings MH. Patologia retardada do coto apendiceal: relato de caso de apendicite e revisão do coto. Am Surg. 1994;60:842-844.
  7. Shin LK, Halperin D, Weston SR, Meiner EM, Katz DS. Diagnóstico CT prospectivo de apendicite do coto. AJR 2005;184:S62-S64.

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