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Todos os indivíduos de uma espécie têm os mesmos tipos de cromossomas, com uma excepção. Em muitas espécies, a forma como os sexos diferem é que os machos têm seu próprio cromossomo sexual, o cromossomo Y. Isto contém genes que resultam no desenvolvimento dos caracteres masculinos e dos órgãos reprodutivos. Se não houver cromossoma Y, o organismo será uma fêmea.

Em aves, entretanto, a situação é diferente. São as fêmeas que têm um cromossomo sexual único — o cromossomo W.

Em um estudo publicado na Nature Communications, Linnea Smeds, Hans Ellegren e seus colegas mostram que, surpreendentemente, o cromossomo W de uma ave não contém genes que levam ao desenvolvimento de uma fêmea.

“A determinação sexual em aves e outros animais com um cromossomo W parece depender do número de seus equivalentes ao cromossomo X. Duas cópias dele produzem um macho, uma cópia (mais um cromossomo W) produz uma fêmea”, diz Hans Ellegren.

O cromossomo W parece funcionar como algum tipo de tampão para as fêmeas, uma vez que contém genes similares aos do cromossomo X. Para que certos genes funcionem, é crítico que um indivíduo tenha duas cópias desse gene. Desta forma, o cromossoma W pode servir como um complemento para as fêmeas que têm apenas uma cópia do cromossoma X.

Pesquisadores descobriram que o cromossoma W muda a uma taxa mais lenta do que qualquer outra parte do material genético.

“Isto porque só é herdado no lado materno e menos mutações surgem nas fêmeas do que nos machos”, diz Hans Ellegren.

Muitas mutações ocorrem durante a formação de células germinativas. Os machos produzem um número muito maior de células germinativas do que as fêmeas e assim a probabilidade de um espermatozóide conter uma nova mutação é muito maior do que para um óvulo.

O cromossoma W é o único cromossoma do núcleo celular que é herdado no lado materno. Ele compartilha esta propriedade com a pequena quantidade de DNA encontrada na mitocôndria celular.

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